SINAIS DO AVIVAMENTO
“ORAÇÃO do profeta Habacuque sobre Sigionote. Ouvi, SENHOR, a tua
palavra, e temi; aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos
faze-a conhecida; na tua ira lembra-te da misericórdia”, Hb 3.1,2.
INTRODUÇÃO
Avivamento, algo tão falado no meio
da igreja em nossos dias. Mas será que estamos precisando mesmo de um
avivamento? Se pensarmos no que a igreja experimentou nos períodos em que Deus
a avivou, sim! Mas, por quem virá o tão sonhado avivamento: por um homem? Uma
igreja local? Uma nação? Bom:
a) Primeiro nós temos que ver que o avivamento é
algo sobrenatural, não vem de homem nem de igreja e nem de nenhuma nação, é o
que o profeta Habacuque quer nos dizer “aviva
ó Senhor”.
b) Segundo, o avivamento não vem por homem
algum; se fosse Habacuque se colocaria a disposição de Deus e certamente diria:
“eu vou começar um avivamento”. Isso deixa claro que o avivamento é obra do
Espírito Santo.
Habacuque viveu numa época (606 a
C.), em que o povo de Judá estava precisando de um avivamento. A nação estava
afastada de Deus, prestes a ser levada cativa para o cativeiro babilônico
Habacuque nos deixa uma grande
mensagem; ele nos ensina que embora seja Deus quem tem o poder de avivar o Seu
povo, nós como povo Seu temos participação direta neste avivamento. Como?
Buscando a Ele em prol do que queremos. Foi o que fez o profeta “aviva ó Senhor
a tua obra”. Se O buscarmos Deus irá usar um homem, uma igreja local, uma
nação, e assim o tão almejado avivamento chegará até nós. Assim como Ele usou
João Wesley na Inglaterra, pode nos usar também.
Dentre os grandes avivamentos
registrados na Bíblia quero tomar como base apenas dois, um está em Neemias
cap. 8 e o outro em Atos cap. 2 a 6, é neles que vemos cinco sinais do
verdadeiro avivamento.
I.
A FOME PELA PALAVRA
“E CHEGADO o sétimo mês, e estando os
filhos de Israel nas suas cidades, todo o povo se ajuntou como um só homem, na
praça, diante da porta das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse
o livro da lei de Moisés, que o SENHOR tinha ordenado a Israel. E Esdras, o
sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de homens como de
mulheres, e todos os que podiam ouvir com entendimento, no primeiro dia do
sétimo mês. E leu no livro diante da praça, que está diante da porta das águas,
desde a alva até ao meio dia, perante homens e mulheres, e os que podiam
entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei, Ne
8.1-3.
Não existe avivamento sem a Palavra de Deus. O povo havia voltado do cativeiro e
agora reunidos pelo sacerdote Esdras eles pedem que seja lido o livro da lei do
Senhor. O que nos chama a atenção é a “fome” que eles tinham de se alimentar da
Palavra a ponto de ficar “desde a alva até ao meio dia” ouvindo atentamente o
que estava escrito no livro de lei.
Vivemos em dias em que a Palavra de
Deus tem sido pouco consultada temos a Bíblia, mas quase não a lemos, ouvimos
falar sobre ela, mas não praticamos, em nossos cultos muitas vezes é
substituída por liturgias sem conteúdo divino.
Atos 6. 1, 2, 4: “ORA, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma
murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas
no ministério cotidiano. E os doze, convocando a multidão dos discípulos,
disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às
mesas. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra”.
Nada supera a Palavra de Deus. Quando Esdras explicava a Palavra de Lei o povo se
arrependeu de seus pecados e houve grande mudança, Ne 9.1,2, “E, NO dia vinte e
quatro deste mês, ajuntaram-se os filhos de Israel com jejum e com sacos, e
traziam terra sobre si. E a descendência de Israel se apartou de todos os
estrangeiros, e puseram-se em pé, e fizeram confissão pelos seus pecados e
pelas iniquidades de seus pais“.
Assim aconteceu enquanto Pedro
pregava a Palavra no dia de pentecostes, At 2.37 “E, ouvindo eles isto,
compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos:
Que faremos, homens irmãos? ”.
Aqueles que foram chamados por Deus
para ministrar a Palavra não podem abandoná-la para outros fins, e aqueles que
apenas leem e ouvem devem antes de tudo serem praticantes da mesma, “E sede
cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos
discursos”, Tg 1.22.
Quando o povo de Deus começar a buscar a Sua Palavra então o avivamento
começará entre nós. Este é o 1º sinal.
II. A ORAÇÃO
Uma coisa que mais marcou a igreja
primitiva foi a forma como eles eram dedicados a oração. Tudo era resolvido por meio da oração. ”Mas nós perseveraremos na
oração...”, At 6.4. Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas,
com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos”, At 1.14.
É verdade um ditado evangélico que
diz: muita oração, muito poder, pouca oração, pouco poder, nenhuma oração,
nenhum poder. A falta de oração leva-nos ao esfriamento espiritual. E então não
temos poder para vencer o mundo e o pecado. Precisamos mais do nunca voltar a
pratica da oração. Queremos avivamento, mas não oramos assim ele nunca virá.
2Cr 7.14, 15, “14 se o meu povo, que
se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos
seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e
sararei a sua terra. 15 Estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos
à oração que se fizer neste lugar”.
Quando a oração for uma
constante em nosso meio então o avivamento está chegando. Este é o 2º sinal.
III. SALVAÇÃO DE ALMAS
“De sorte que foram batizados os que
de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil
almas, E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de
salvar”, At 2.41, 47.
O verdadeiro avivamento envolve todas
as áreas da igreja. Eles nos tira das quatro paredes do templo e nos leva em
busca das almas. Muitos confundem avivamento com movimento, achando que a
operação do Espírito num encontro de fim de semana no templo caracteriza o
avivamento entre nós. Isso é apenas o “movimento” do Espírito, o avivamento
genuíno é abrangente e duradouro.
Em Jerusalém metade da população foi
alcançada pelo evangelho. Por que será que são poucas as almas que se convertem
e ainda mais poucas as que permanecem? Se a missão maior de igreja é ganhar
almas, então, estamos falhando seriamente em nossa maior tarefa. Neemias diz
que enquanto Esdras lia o Livro da Lei houve um quebrantamento no coração do
povo de sorte que todos choravam convertendo-se ao Senhor, Ne 8.9b “Porque todo
o povo chorava, ouvindo as palavras da lei”.
Enquanto Pedro pregava no dia de
Pentecostes as pessoas se sentiram compungidas a ponto de perguntar? Que faremos, homens irmãos?, At 2.37, 38, “E
disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de
Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo”.
Em ambos os casos ouve um
arrependimento profundo na multidão. Que o Espírito Santo nos inflame com o Seu
poder para sair anunciar as boas novas do evangelho e então as almas virão aos
pés de Cristo. Este é o 3º sinal.
IV. TEMOR A DEUS
“E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam
pelos apóstolos”, At 2.43.
Vivemos em dias em que a humanidade
parece que se esqueceu de Deus; e por mais que os sinais da sua presença sejam
manifestos o temor a Ele passa longe de muitos. O problema é que isto é visto e
sentido no meio da igreja. Muitos que se dizem “cristãos” por falta de temor
não reverenciam a Deus e vivem como se Ele não existisse.
Há aqueles que se dizem “donos de si
mesmos” e ainda querem que a igreja os aceite assim. A falta de respeito pelo
Sagrado muitas das vezes profanam nossos cultos fazendo dele apenas um ponto de
encontros.
O que vemos em Atos é que o temor
precedia as maravilhas e sinais que os apóstolos faziam. Quando Esdras lia as
palavras do Livro da Lei as pessoas colocaram o rosto no chão em temor ao
Todo-Poderoso, Ne 8.6, “E Esdras louvou ao SENHOR, o grande Deus; e todo o povo
respondeu: Amém, Amém! levantando as suas mãos; e inclinaram suas cabeças, e
adoraram ao SENHOR, com os rostos em terra”.
Temor é diferente de ter medo. Muitos
tem medo de Deus como se Ele tivesse mais prazer em castigar do que abençoar.
Já os que temem o Seu nome têm prazer em servi-lo reconhecendo a sua grandeza
como soberano e digno de toda nossa reverencia.
V. ADORAÇÃO
“E Esdras louvou ao SENHOR, o grande Deus; e todo o povo respondeu: Amém,
Amém! levantando as suas mãos; e inclinaram suas cabeças, e adoraram ao SENHOR,
com os rostos em terra”, Ne 8.6.
Adorar – em
hebraico “shachah”, e, em grego “proskuneo”. Ambos os termos enfatizam o ato de
prostração e reverência.
Muito se fala em adoração em nossos
dias. Fala-se em “geração de adoradores” canções cujo estilo é denominado como
adoração etc., etc. Mas na verdade o que é adoração a Deus? O que significa
adorar? Ora, adorar é tributar a um ser tudo aquilo que temos para oferecê-lo.
Significa dar a uma pessoa honra proporcional a sua dignidade.
Biblicamente todo adorador tem que
ter algo para oferecer ao Senhor. O que esta geração tem feito para não apareçer vazia na presença do
Todo-Poderoso? E por que não dizer que muitas músicas de “adoração” são feitas
para enaltecer a criatura no lugar do Criador! Ora não é sem tempo que a Bíblia
diz: “Os verdadeiros adoradores adorarão
ao Pai em espírito e em verdade”, Jo 4.23.
Quando adoramos, esquecemos de nós
mesmos e centralizamos nossa atenção em Deus. Quando Deus é adorado com
exclusividade, os crentes que assim O adoram são invariavelmente abençoados e
espiritualmente fortalecidos. A verdadeira adoração está associada ao amor que
devotamos a Deus. Em tudo o que fizermos, há de ser ressaltada nossa atitude de
adoração. O crente não pode ser apenas assistente no culto. Deve ser
participante ativo cultuando a Deus e adorando-O em espírito e em verdade (Jo
4.24).
A adoração deve brotar de nosso
espírito para elevar-se a Deus. Deve ser consciente. É o “culto racional”, Rm
12.1, “Rogo-vos, pois, irmãos, pela
compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, que é o vosso culto racional”.
Devemos dizer a Deus tudo aquilo que
Ele representa para nós. O nosso amor, a nossa gratidão, a nossa dependência
dEle, nossa submissão a sua vontade. Como podemos ver a adoração só tem valor
quando enaltece a Deus.
Por isso três coisas são necessárias na vida do adorador:
1. Fé. “ora,
sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima
de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam”, Hb 11.6.
2. Obediência.
Alguém que vive em desobediência jamais conseguirá adorar a Deus, por que, “Os
sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e
contrito não desprezarás ó Deus”, Sl 51.17.
3. O ato de dar. Abraão ia dar a Deus a coisa mais preciosa – seu filho. Os magos
adoraram o menino Jesus ofertando suas dádivas. Outra forma de adorar é
entregando nossos dízimos e ofertas, Ez 23.15, “E ninguém aparecerá vazio
diante de mim”. Ver ainda Sl 96.8-9, “Tributai ao Senhor a glória devida ao seu
nome; trazei oferendas, e entrai nos seus átrios. Adorai ao Senhor na beleza da
sua santidade”.
CONCLUSÃO:
Precisamos dar ao Pai a honra devida.
Quando assim fizermos o avivamento estará em nosso meio. Um avivamento pleno é
aquele que nos leva a prática da Palavra de Deus, despertando em nós o desejo
de buscá-lo em oração. Só assim as almas se converterão a Cristo, os sinais e
prodígios serão reais provocados pelo temor ao Senhor e a adoração será uma
constante em nossa vida. Aviva o Senhor a tua obra.
A primeira coisa ou atitude é - Reconhecimento: Ele é Deus, santo, justo,
verdadeiro e eu...bem, eu sou pecador, destituído de vida real, de justiça e de
santidade, um pecador perdido.
A segunda atitude é - arrependimento: estamos cheios de orgulho e
rebeldia,
A terceira é -
entrega: derramar sua/minha vida aos pés do Senhor e devotar minha
vida a Ele, abrir mão de me auto liderar
e confiar que Deus tem e fará o melhor Dele em mim e através de mim.
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