As Escrituras afirmam que Cristo
carregando a sua própria cruz saiu para o lugar chamado Gólgota, onde foi
crucificado. (Jo 19:17-18).
Pois decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este,
crucificado. 1
Coríntios 2.2
Texto: I Coríntios 1.17-25
Qualquer pessoa que estude o
cristianismo pela primeira vez logo ficará impressionada com sua ênfase na
morte de Jesus e, como já vimos, particularmente com o espaço desproporcional
que os evangelistas dedicam à sua última semana de vida.
Os autores dos Evangelhos haviam
aprendido essa ênfase com o próprio Jesus. Em três ocasiões distintas e solenes
Jesus predisse sua morte dizendo: "Era
necessário que o Filho do Homem sofresse muitas coisas... e... fosse morto" (Mc 8.31). Era necessário que isso acontecesse — ele
insistiu — porque havia sido predito nas Escrituras do Antigo Testamento.
Jesus também se referiu à sua morte como a sua "hora", a hora para a
qual ele viera ao mundo. No começo, ele
repetiu que ela ainda "não havia chegado", mas finalmente pôde dizer
que "sua hora chegara".
Talvez o mais impressionante de tudo
isso é o fato de Jesus ter determinado, de modo deliberado, como gostaria de
ser lembrado. Ele instruiu seus discípulos a tomar, partir e comer o pão em
memória de seu corpo, que seria partido por eles, e a tomar, derramar e beber o
vinho em memória de seu sangue, que seria derramado em favor deles. A morte era
representada por ambos os elementos.
Nenhum simbolismo poderia ser mais
claro. Como ele queria ser lembrado? Não por seu exemplo ou seu ensino, não por
suas palavras ou obras, nem mesmo por seu corpo vivo ou pelo sangue que corria
em suas veias, mas por seu corpo entregue e seu sangue derramado no sacrifício
da cruz.
A Cruz é mensagem central da nossa
pregação e também a pedra central de nossa fé. A morte do Cordeiro que tira o
pecado do mundo deve ser a nossa proclamação. O sangue justo derramado na cruz
a favor dos eleitos deve ser a nossa ênfase principal. A cruz é o centro da
história do mundo. A encarnação de Cristo e a crucificação de nosso Senhor são
o centro ao redor do qual circulam todos os eventos de todos os tempos. No
entanto, parte das igrejas evangélicas brasileiras tem pregado um evangelho
muito diferente do evangelho da Bíblia. Em dias tenebrosos como os nossos,
muito se tem falado sobre vitória, bênçãos e prosperidade, contudo, quase não
ouvimos mais pregações sobre a centralidade da Cruz. O saudoso pastor anglicano
John Stott acerta vez afirmou que um dos mais graves equívocos da igreja
evangélica é querer um cristianismo sem cruz.
Isto posto, gostaria de elencar
alguns pressupostos bíblicos e teológicos extremamente importantes sobre a cruz de Cristo:
1- Na Cruz todo escrito de dívida que era contra nós foi cancelado. Em outras palavras não existe
nenhuma maldição que possa prevalecer, amedrontrar ou escravizar aqueles que
tiveram um encontro com Cristo. A morte do Jesus foi suficiente para quebrar
todo tipo de maldição. Paulo afirma que o Senhor nos libertou do império das
trevas e nos transportou para o Reino do Filho do seu amor. Se não bastasse
isso, as Escrituras são claras em afirmar que se o Filho nos libertasse
verdadeiramente seríamos livres. Portanto assegurar que precisamos quebrar
maldições hereditárias, e repreender de nossas vidas espíritos familiares,
aponta para um profundo desconhecimento do significado da cruz.
2- O sacrifício de Cristo na cruz foi suficiente para libertar os eleitos
das garras de satanás. Uma pessoa alcançada pelo Senhor não precisa fazer absolutamente nada
para se ver livre das ações do cramuhão. Mediante a fé em Jesus e pela
maravilhosa graça a nós concedida tornamo-nos livres do diabo. Isto significa
dizer que o crente em Jesus não precisa expulsar encostos, fabricar amuletos
mágicos, exorcizar espíritos familiares nem tampouco mistificar a fé.
3- A morte de Cristo na Cruz bem
como o seu sangue derramado pelos eleitos foi suficiente para a nossa salvação. A cruz nos remete ao fato inexorável
de que nada do que façamos pode atenuar a nossa dívida para com Deus. Portanto
qualquer sacrifício ou oferta que apresentemos ao Senhor afronta de forma
efetiva o nome do Eterno. "Esta
consumado". Essa é a mensagem da
cruz! Portanto, não precisamos mais de nenhum sacrifício, a sua Graça nos
basta. Aleluia!!
4- A cruz de Cristo aponta para nossa miséria. Ora, A Bíblia nos ensina que
independente de cor, raça, sexo e nacionalidade, nascemos em um estado de
pecaminosidade, culpa, e morte espiritual. O ensino cristão é de que não existe
um homem neste planeta que possa considerar-se justo pelos seus próprios
méritos. Na verdade, a Bíblia afirma que “todos pecaram, e que todos estão
destituídos da graça de Deus.” (Rm 3:23), diz também “que o salário do pecado é
a morte” (Rm 6:23), e que quem peca, “transgride a lei” (I Jo 3:04), e que o
pecado faz separação entre os homens e Deus. (Is 59:02)
Prezado amigo, a cruz é o atestado
divino que somos pecadores e que somente por Cristo podemos obter perdão de
todos nossos pecados. Ouso afirmar que a cruz é o principal simbolo da nossa
redenção e salvação e que ao contrário de alguns ensinos neopentecostais que
fazem da cruz o instrumento de "divinização" do homem, ela nos mostra
as quão carentes, miseráveis e impotentes nós somos.
Louvado seja o Senhor pela morte de Cristo na cruz!
Como bem afirmou John Stott qualquer
pessoa que investigue o cristianismo pela primeira vez ficará impressionada
pelo destaque extraordinário que os seguidores de Cristo dão a sua morte. No
caso de todos os outros grandes líderes espirituais, a morte deles é lamentada
como fator determinante do fim de suas carreiras. Não tem importância em si
mesma; o que importa é a vida, o ensino e a inspiração do exemplo deles. Com
Jesus, no entanto, é o contrário. Seu ensino e exemplo foram, na verdade,
incomparáveis; mas, desde o princípio, seus seguidores enfatizaram sua morte.
Além disso, quando os evangelhos foram escritos, os quatro autores dedicaram
uma quantidade de espaço desproporcional à última semana de vida de Jesus na
terra – no caso de Lucas, um quarto; de Mateus e Marcos, cerca de um terço; e
de João, quase a metade.
Oh! Quão maravilhosa é a mensagem da
Cruz! Como diz a clássica canção: "Sim eu amo a mensagem da cruz, até
morrer eu a vou proclamar, levarei eu também minha cruz, até por uma coroa
trocar.
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