Louvores Abençoadores

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

A nova história de BARTIMEU – Coragem de Mudar!



Texto: Marcos 10: 46-52

Introdução: Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas são chamados “sinóticos”, são parecidos, pois contam muitas histórias em comum. O que diferencia as mesmas histórias nos seus respectivos Evangelhos é o fato de que cada autor as contas do seu ponto de vista. Isso é algo muito interessante! A posição geográfica, a visão da pessoa mediante um acontecimento e até mesmo o sua percepção pode mudar o modo como uma história será contada.

Mas particularmente, acredito que Marcos foi o autor que melhor narrou a história. Digo isso porque Mateus e Lucas contaram a história do cego de Jericó, porém Marcos contou a história de Bartimeu. Ele não se importou com o fato de Bartimeu ser cego, mas sim com a pessoa. Enquanto Mateus e Lucas apenas relataram a cura de um cego, dando a ideia de alguém indefinido e desconhecido, Marcos deu nome à personalidade e o tratou como um ser humano. Ouso dizer que Marcos viu Bartimeu como Deus o via: um homem que precisava de uma cura específica, mas não um qualquer, um homem com uma identidade.

Na verdade, a palavra Bartimeu significa “filho de Timeu”, uns dizem que significa filho da pobreza, outro filho estimado, enfim, a bíblia não explica quem era realmente esse homem, apenas que era cego e filho de Timeu.

Baseado neste texto, primeiramente precisamos entender que, assim como Marcos relatou, Deus sabia muito bem quem era Bartimeu. Deus não trata pessoas como “sujeitos indefinidos ou ocultos”. Ele conhece a cada um de nós pelo nome, temos uma identidade diante dEle e somos sondados por Ele em todo o tempo. Ele conhece cada área de nossas vidas e principalmente, as que necessitam de cura. Porém, alguns detalhes na cura de Bartimeu nos chama a atenção:

  1º) Ele não se revoltou contra Deus

 Outra situação comum que acontece quando as coisas não estão bem é colocar a culpa em Deus. Se não há ninguém que possamos culpar ao nosso redor, a culpa é colocada em Deus. Justificamos e tentamos barganhar com Deus, mostrando a Ele que “somos fiéis”, que “somos dizimistas”, que “estamos fazendo a obra e Deus não nos dá os livramentos sobre os contra-ataques” ou até mesmo que “nos dedicamos tanto a Deus e Ele não muda a nossa situação”. E aí estagnamos para dar “uma lição em Deus”.  Não vemos Ele blasfemando contra Deus ou questionando o por quê de sua situação quando se encontrou com Jesus. Pelo contrário, Ele sabia que Jesus era o único que podia resolver o problema. Bartimeu provavelmente ouviu alguém pregar sobre Jesus de Nazaré, sobre seus milagres e seus feitos, e quando viu a oportunidade passar, não hesitou em correr atrás da cura. Efésios 5:16 “aproveitando bem cada oportunidade, porque os dias são maus.”
Não podemos perder a oportunidade da cura! Sabemos que Jesus é o único que pode resolver nosso problema. Mas para isso, temos que deixar de pensar que Deus é o culpado de nossa situação e reconhecer que na maior parte das vezes, sofremos e erramos porque queremos escutar o nosso coração e não a voz de Deus; queremos que as coisas sejam feitas do nosso modo, e não da forma como Deus quer.

 2º) Nunca se associou com pessoas “doentes”

 Mateus diz que existiam dois cegos em Jericó. A mesma informação é contestada nos evangelhos de Lucas e Marcos. Então Mateus teria mentido em sua narrativa do fato? Não! Creio que Deus permitiu que fosse colocado desta forma para que entendêssemos uma realidade espiritual que nos rodeia: pessoas doentes se associam com pessoas doentes! Pessoas feridas na alma se associam com pessoas feridas na alma também! Maldizentes se associam com maldizentes! Pessimistas com pessimistas! Enfim, mesmo que não haja a doença, ficam na mesma condição do doente.

 3º) Não teve medo de clamar e de se expor ao poder de Deus!

 Bartimeu já havia ouvido falar de Jesus. Ouviu dizer que era um grande mestre e profeta que, por onde passava, curava os enfermos e operava grandes sinais e maravilhas.
Num certo dia, ouviu um grande alvoroço e o barulho de uma grande multidão. Perguntou o que estava acontecendo e ouviu uma resposta que mudaria a sua vida: “Jesus, o Nazareno, está passando”. Bartimeu poderia sustentar milhares de pensamentos que o impediriam de buscar a cura: “Você vai se expor desta forma?”. “Acha mesmo que o mestre vai se importar com você?”. “Certamente Ele vai passar por você sem te notar, pois é um simples cego que pede esmolas”. “Ele não vai se aproximar de você, pois é um miserável”.

Mas, novamente, outro detalhe chama a atenção na vida de Bartimeu. Ele clamou em alta voz: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim”. E mesmo repreendido por muitos na multidão, não se calou, mas clamou ainda mais alto: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!”. Ele jamais se preocupou com o que iriam pensar dele ou com as repreensões que recebeu. O foco dele estava em ser curado, e não importava o quanto precisaria clamar ou se expor.

“Buscar a Presença de Deus é mais importante do que buscar a unção em si, porque a Presença antecede a unção” (Benny Hinn, em seu livro “A unção”)

 4º) Se desfez do pensamento miserável e das marcas da doença!

 Diante da oportunidade, Bartimeu não pensou duas vezes. Quando soube que Jesus o chamava, num salto, levantou-se e se desfez da sua capa. Historiadores dizem que, naquela época, era comum cegos ou outros deficientes e mendigos usarem um tipo de capa que os identificavam como “esmoleiros”. Desta vez, Bartimeu não clamava “Esmola! Por favor, uma esmola!”. Ele queria algo muito maior. Ele clamava: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!”. O clamor agora não era pelas migalhas, mas sim pelo banquete! O pensamento foi modificado! A partir do momento que ouviu Jesus chamá-lo, Bartimeu entendeu que o tempo da miséria, do sofrimento e da doença estava acabado e que era o momento de passar a viver uma nova vida e de escrever uma nova história.
Ele abandonou o pensamento miserável, mas não foi só isso! Se desfez também da capa que o identificava como esmoleiro, como pobre e doente. Se desfez da aparência da enfermidade! Da mesma forma nós, mediante as oportunidades, devemos nos desfazer da aparência da doença: nos desfazer das “caras fechadas e tristes”, nos desfazer das “atitudes que demonstram nosso estado” e dos pensamentos que nos mantém enfermos!

 5º) Correu atrás da cura

 O último detalhe que nos chama a atenção na história de Bartimeu é o fato de que, ao ouvir dizer que Jesus o chamava, deu um salto, largou a sua capa e foi ao seu encontro. Ele poderia pensar “Como Jesus me chama até Ele sabendo que eu sou cego? Não seria mais fácil ele vir até mim?”.

Mas o desejo de ser curado era tão real na vida de Bartimeu que ele não se importou se o que teria que fazer para alcançar aquilo fosse trabalhoso ou não. Isso nos mostra que a cura está disponível em Deus. Sempre ouviremos Jesus dizer: “Que queres que te faça?”. Todavia, a cura está nEle, mas o buscar está em nós! Pode até parecer um jargão de pregações o que vou dizer, mas “Deus nunca vai fazer aquilo que eu posso fazer. Ele só vai agir quando o meu raio de ação já não puder mais operar!”. E então, ouviremos a resposta: “Vai, a tua fé te salvou”

Todos nós, em alguma(s) área(s) de nossas vidas precisamos de cura. Que o exemplo de Bartimeu nos sirva de aprendizado para que possamos nos tornar pessoas verdadeiramente curadas, sempre atentas ao “detalhe da cura”.

Alberto J. Santos, pastor

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