Texto: Hebreus 13: 7 a 9
“Jesus Cristo, ontem e
hoje, é o mesmo e o será para sempre” (Hb 13.8).
Parece-nos que o cap. 13
seja um apêndice, que aplica as assertivas da epístola a questões concretas da
Igreja. Vamos ver, como poderíamos dividi-lo: a) 13.1-6: exortação a uma vida
cristã; b) 13.7-17: ortodoxia, obediência à Igreja.
A Epístola aos Hebreus é
um sermão que foi escrito para uma comunidade que estava em perigo de esmorecer
na fé (2.13; 12.4) e de conformar-se de novo com a vida mundana (13.13s).
Aqueles que foram chamados a serem cidadãos de um mundo novo, estão se acomodando
ao velho mundo. Para arrancar a Igreja desta situação, mostra-lhe o seguinte:
Cristo é a perfeita e definitiva revelação salvífica de Deus, justamente por
ter sido o humilde neste mundo. O autor tem, portanto, o máximo interesse em
conseguir convencer a seus leitores que Jesus é realmente a perfeita revelação
salvífica de Deus. - Então o autor aos Hebreus exorta os crentes a se
acautelarem acerca das falsas e estranhas doutrinas, recomendando-os a se
lembrarem de seus antigos pastores, que lhes pregaram a palavra de Deus, a fim
de imitarem a sua fé. É nesse contexto que ele afirma a imutabilidade de Jesus
Cristo. Destacamos, portanto, aqui três verdades solenes:
O nosso texto: Jesus
Cristo ontem e hoje é o mesmo, e o será para sempre. Não vos deixeis envolver
por doutrinas várias e estranhas, porquanto o que vale é estar o coração
confirmado com graça (v. 8-9b). Nesta passagem o autor de Hebreus se concentra
numa coisa:
Jesus Cristo é o
verdadeiro guia. Sua preeminência é permanente, e sua liderança é eterna. Para
nós sermos seus guias, bastam a fé e a graça.
Em primeiro lugar, Jesus Cristo é o mesmo ontem. Ontem ele foi o Cristo da
profecia. Todo o Antigo Testamento apontava para ele. Ele é tudo nas
Escrituras. Os patriarcas falaram dele. Os profetas apontaram para ele. O
cordeiro da páscoa era um símbolo dele. O tabernáculo era um tipo dele. A arca
da aliança e os objetos que dentro dela estavam eram sombra dele. As festas de
Israel anunciavam a ele. Os sacrifícios eram prenúncios do seu sacrifício
perfeito. O sábado, apontava para ele, o único que oferece descanso verdadeiro
para a nossa alma. Jesus Cristo é a semente da mulher que esmagou a cabeça da
serpente. Ele é o Maravilhoso Conselheiro, o Deus forte, o Pai da eternidade e
o Príncipe da paz. Ele é o Emanuel, o Sol da Justiça e a brilhante Estrela da
manhã. Ele o Verbo que se fez carne, o Filho do Altíssimo, o Cordeiro que tira
o pecado do mundo.
Em segundo lugar, Jesus Cristo é o mesmo hoje. O mesmo que habitou com o Pai
em glória excelsa antes que houvesse mundo; o mesmo que criou todas as coisas e
as sustenta pela palavra do seu poder; o mesmo que na plenitude dos tempos
nasceu de mulher, sob a lei, para ser o nosso Redentor; o mesmo que habitou
entre nós cheio de graça e de verdade, andando por toda parte fazendo o bem e
libertando os oprimidos do diabo, está conosco; o mesmo que voltou ao céu,
derramou o Espírito Santo e está assentado no trono como o governador do
universo; o mesmo que à destra do Pai exerce a gloriosa função de Sumo
Sacerdote e Advogado do seu povo está conosco. Ele é o mesmo em seus atributos
e o mesmo em suas poderosas obras. Ele é o Pastor e Bispo da nossa alma. Ele é
o nosso Refúgio verdadeiro, a nossa alegria, a nossa paz, a nossa justiça, a
razão suprema da nossa vida. Nele não há nenhuma sombra. Em seu caráter não há
qualquer variação. Ele é o Rei da glória, diante de quem se curvam os exércitos
celestiais. Ele é fundamento, o dono, o edificador e o protetor da igreja. Ele
é a porta da salvação, o caminho para Deus, a verdadeira luz que ilumina a todo
homem. O mesmo que triunfou sobre os principados e potestades na cruz está
conosco. Ele é quem nos toma pela mão direita, nos guia com o seu conselho
eterno e nos recebe na glória.
Em terceiro lugar, Jesus Cristo é o mesmo para sempre. Há plena consistência
na pessoa de Jesus Cristo. Ele nunca mudou nem jamais mudará. Ele é o mesmo que
foi ontem, é hoje e será para sempre. Seus atributos são os mesmos. Suas obras
são as mesmas. O que ele fez e faz, também continuará fazendo. Ele nunca
desistiu de ser o Redentor, poderoso para salvar e perdoar. Ele nunca abriu mão
de sua graça, suficiente para redimir pecadores mortos em seus delitos e
pecados. Ele pode tudo quanto ele quer. Ele faz tudo conforme o conselho de sua
vontade. Ele cumprirá cada promessa feita. Ele consumará a história, levando-a
ao seu desfecho final. Ao fechar as cortinas do tempo e abrir os portais da
eternidade ficará notório que ele colocará todos os seus inimigos debaixo de
seus pés e reinará soberana e gloriosamente com sua igreja, pelos séculos
eternos. Afirmamos, portanto, que de eternidade a eternidade ele é Deus. Ele
tem em suas mãos o universo. Ele governa sobre as nações. Os reinos deste mundo
estarão sob o seu governo e ele reinará para sempre, porque nele nunca houve
nem jamais haverá mudança. Ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre o mesmo!
Deus
não muda. Em Tiago 1:17, está escrito "Toda boa dádiva e todo dom perfeito
vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de
variação". Em Deus, não há sequer sombra de variação. O Senhor é o mesmo
ontem e hoje e será para sempre (Hebreus 13:8).
Se
Deus não muda, então Seu amor por nós não muda, Sua bondade para nos abençoar
não muda, Sua justiça não muda, Sua misericórdia para nos perdoar não muda e
Sua Palavra não muda (Mateus 24:35).
E, por fim...
Um
Deus que não muda é garantia suficiente para nós, tanto para sermos pastores e
guia dos santos, quanto para sermos ovelhas de seu aprisco. Vejamos Hebreus
11... Pudemos notar que a galeria dos heróis da fé não é uma lista exaustiva,
mas representativa. O próprio escritor de Hebreus reconhece que existem tantos
exemplos de heróis da fé a serem citados, que lhe faltaria tempo para fazê-lo
(Hebreus 11:32).
Mas
todas essas pessoas tiveram em comum o fato de terem sido declaradas justas por
Deus, isto é, obtiveram bom testemunho diante d’Ele (Hebreus 11:2). Essa
justificação, porém, não estava baseada em suas obras, mas unicamente na fé.
É
fácil entender isto quanto notamos que a própria Bíblia destaca claramente as
fraquezas e erros de todos os nomes mencionados na galeria dos heróis da fé.
Nenhum deles era perfeito e, portanto, nenhum deles era também capaz de agradar
a Deus com suas próprias habilidades.
Então
como eles puderam ser contados como heróis da fé? A resposta é dada pelo
próprio autor de Hebreus ao mencionar o maior de todos os heróis da fé: Jesus
Cristo! A fé genuína que os heróis do Antigo Testamento demonstraram estava
fundamentada no Messias que haveria de vir. Os heróis da fé do passado já
terminaram suas carreiras, e em certo sentido, hoje formam uma nuvem de
testemunhas que nos assisti, e através de seus exemplos, nos encorajam (Hebreus
12:1).
Mas
o escritor de Hebreus faz questão de ressaltar que o nosso Senhor Jesus Cristo
é o exemplo supremo de fé. Ele suportou a cruz para salvar seu povo, e hoje
está assentado à destra do trono de Deus. Ele é o grande Herói da fé, o único
que pode ser designado como o “Autor e Consumador da fé”. Por sua justiça, por
seus méritos, homens tão imperfeitos e indignos puderam achar graça diante de
Deus. Então o escritor de Hebreus conclui sua galeria dos heróis da fé
exortando os seus leitores a olhar firmemente para Cristo (Hebreus 12:2,3).
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