
Texto: (1 Pedro 1.22-2.10).
“Tendo purificado a vossa alma, pela
vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido,
amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente” (1 Pe 1.22).
Muitos
crentes hoje adoram cantar corinhos de louvor sobre santidade, mas a maioria
não tem a mínima ideia de como obter a santidade sobre a qual cantam. Nossas
igrejas experimentam uma grande incoerência entre o sentimento e a realidade,
entre a emoção de domingo e o comportamento durante a semana. Como alguém se
torna santo?
Escrevendo
aos crentes que passavam por severos testes de sua fé, o apóstolo Pedro exortou
os cristãos à santidade como um meio apropriado para suportar suas provas. Em
vez de deixar uma recomendação fácil, ele instou: “Segundo é santo aquele que
vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento”
(1 Pe 1.15). Você pode perguntar: como alguém realiza isso? Em 1 Pedro 1.22-2.10,
o apóstolo dá as explicações.
Amar Intensamente (1 Pe 1.22-25)
Pedro
não iniciou com a razão. Em vez disso, ele começou com o coração: “Amai-vos, de
coração, uns aos outros ardentemente” (1 Pe 1.22). Amar significa colocar o
bem-estar de alguém acima do seu. Há muitos anos, quando meus filhos eram
pequenos, eles encontraram dois gatinhos sarnentos perdidos na vizinhança.
Minha mãe, que estava nos visitando, detestava gatos. Apesar disso, seu amor
por seus netos a impeliu a ajudá-los a dar mamadeira aos gatinhos, para que
recuperassem a saúde. Fiquei impressionado com o gesto de amor.
Deus
é santo e completamente único em Sua habilidade e inclinação a amar:“Porque
Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo
o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Os filhos de
Deus tornam-se santos, separados para Ele, quando seguem Seus passos e amam aos
outros.
Ardentemente
indica a natureza zelosa de amar como Deus ama. Esse mesmo advérbio, traduzido
como “intensamente” em Lucas 22.44, demonstra a intensidade envolvida: “E,
estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se
tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra”.
Existem
três razões para amar ardentemente.
Primeiro, porque é assim que Deus
ama.
Segundo, porque esses crentes haviam
feito um compromisso:
“tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista
o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros
ardentemente” (1 Pe 1.22). Como eles já haviam abandonado o egoísmo, Pedro os
instigou a praticarem aquele compromisso.
Terceiro, porque foi para isso que
eles haviam nascido:
“Pois fostes regenerados não de semente corruptível (perecível), mas da
incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente” (1 Pe
1.23). Poderíamos dizer que nascemos (de novo) para amar. Não devemos mais
viver na velha natureza, mas na nova, que é nascida em Deus e moldada segundo o
próprio Jesus. Amar fervorosamente uns aos outros manifestará quem realmente
somos. Aqueles que nasceram de semente imperecível devem manifestar um amor
imperecível.
Por
que Pedro começou falando sobre o amor? Porque o amor é o que deve mover as
relações. O conhecimento sem amor produz a arrogância (1 Co 8.1). A obediência
sempre pavimenta o caminho para a instrução. O amor deve preceder o aprendizado
para que cresçamos em santidade. O exercício é espiritual, em vez de acadêmico,
o que pode explicar porque há tanta imaturidade em nossas igrejas, apesar da
abundância de ensino bíblico e materiais para estudo bíblico. A maturidade
depende não somente de aprendizado, mas de amor.
Aprender Avidamente (1 Pe 2.1-3)
Em seguida, Pedro disse aos seus leitores para
que aprendessem avidamente: “Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo,
de hipocrisias e invejas e de toda sorte de maledicências, desejai
ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para
que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação” (1 Pe 2.1-2).
“Despojando-vos,
portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas e de toda sorte de
maledicências, desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno
leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação”
(1 Pe 2.1-2).
Nada
produz mais fome do que o trabalho pesado. Amar ativamente nossos irmãos deve
produzir fome por ensino adicional. Porém, por que Pedro teria que ordenar este
desejo pela Palavra? Aparentemente alguns procuram respostas em outros lugares
para o sofrimento envolvido em amar seus irmãos. Talvez, alguns procuram em
psicologia humana, manipulação interpessoal ou idéias mundanas de
autopreservação.
Entretanto,
as Escrituras nos dizem para confiarmos em nosso alimento natural. Aqui, a
imagem de uma mãe amamentando é forte. O leite materno é para uma criança o que
a Palavra de Deus é para um crente. Todos percebem quando há um bebê faminto.
Sem malícia, engano ou hipocrisia. Nascemos de novo da Palavra de Deus (uma
semente imperecível), e devemos desejar o leite da Palavra. Devemos ser como os
recém-nascidos.
Esse
desejo deve substituir as atitudes erradas. Sem dúvida, alguns responderam
inapropriadamente ao desafio de amar aos outros. A expressão despojando é
sempre usada no Novo Testamento para a substituição de algumas atitudes. A
maldade e o dolo lembram que o desejo mau e o engano havia penetrado nos
relacionamentos interpessoais entre irmãos. A hipocrisia e a inveja indicam a
presença do ciúme e a falta da transparência. A palavra maledicências mostra
que esses sentimentos foram revelados publicamente, como em uma típica família
em que o amor é forçado até o ponto de ruptura.
Pedro
ordenou esse desejo pela Palavra, porque o anseio por uma dieta saudável deve
ser cultivado. Deixando todo comportamento maldoso, podemos, então, consumir a
Palavra de Deus – nosso alimento natural – como o leite em um lar cheio de
crianças.
Nosso
apetite pela Palavra de Deus deve ser cultivado. Os crentes que experimentaram
e viram que o Senhor é bom não devem permitir que comidas prejudiciais destruam
seu desejo por alimentação verdadeira. Se você perdeu seu apetite pela Palavra
de Deus, recultive-o lendo sua Bíblia regularmente. A obediência (amar
ardentemente) e a fome espiritual (aprender avidamente) produzem santidade.
Trabalhar Entusiasticamente (1 Pe 2.4-10)
O terceiro passo em direção à
santidade é o exercício: “Chegando-vos para ele, a pedra que vive... também vós mesmos, como
pedras que vivem, sois edificados casa espiritual” (1 Pe 2.4-5). O contexto
sugere uma ordem suave. Alguns lêem a expressão sois edificados como “deixem-se
ser edificados”, enquanto outros invertem o significado como “edifiquem a si
mesmos”. Claramente, essa edificação é resultado dos crentes “chegarem-se para
Ele”. Portanto, devemos estar disponíveis para o serviço, como participantes do
sacerdócio real que Jesus está edificando.
O terceiro passo em direção à
santidade é o exercício: “Chegando-vos para ele, a pedra que vive... também vós mesmos, como
pedras que vivem, sois edificados casa espiritual” (1 Pe 2.4-5).
A
Lei de Moisés estabeleceu o sacerdócio levítico para servir à nação de Israel
em uma casa física (o Templo). O novo princípio identifica cada crente como um
sacerdote em uma casa espiritual. Porém, esse “sacerdócio de crentes” não
significa que somos sacerdotes em isolamento. Cada crente é uma “pedra viva” em
uma “casa viva”, que é um sacerdócio santo. Devemos trabalhar
entusiasticamente, porque a integridade da casa depende de cada pedra.
A
casa viva desse plano é a Igreja. Israel falhou temporariamente no que se
refere à vinda de seu Messias pela primeira vez. Então, até que Ele retorne,
Jesus é a pedra angular de uma casa espiritual – Sua Igreja – que Ele disse que
edificaria (Mt 16.18).
Esse
templo vivo e santo é o meio pelo qual Deus glorifica a Si mesmo neste mundo,
até o dia em que Ele reconstruirá o Templo de Israel para o Reino do Messias.
Todos os crentes genuínos, tanto judeus quanto gentios, devem trabalhar juntos
para oferecer “sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de
Jesus Cristo” (1 Pe 2.5).
Esse
caminho para a santidade é essencial, portanto, para a Igreja, porque essa
“geração escolhida” temporária, chamada também por Pedro de “raça eleita,
sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus”, tem o
propósito de proclamar “as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a
sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9).
Até
que os ramos naturais (o povo judeu) sejam enxertados na sua própria oliveira
(Rm 11.24), os ramos da oliveira brava (gentios) devem viver e trabalhar juntos
de um modo que reflita a glória e a santidade de Deus ao mundo. Portanto, não
deixe que suas provações o distraiam no caminho para a santidade.
Richard D. Emmons - www.chamada.com.br
Motivos de oração:
Para que o Espirito Santos nos conduza à santidade em amor;
Para que a igreja seja santa em amor;
Pela liderança da Igreja;
pelo Projeto João 3:16
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